Simão Botelho e Teresa de Albuquerque, membros de família rivais da
cidade de Viseu, em Portugal apaixona-se "perdidamente", no entanto,
logo percebem a impossibilidade de um casamento, pois suas famílias eram
declaradamente inimigas.
Tadeu de Albuquerque, pai de Teresa,
ao descobrir o romance, trata de prometer a mão de sua filha ao sobrinho
Baltasar Coutinho. No entanto, a moça rejeita o pretendente. Fato que
irrita profundamente o pai. Surge nesse momento, o segundo grande
elemento complicador.
Desprezado e ofendido em seus brios
Baltasar alia-se ao tio, e juntos tramam o destino da pobre Teresa.
Decididos, procuram persuadi-la a esquecer Simão, sob pena de a
encerrarem no convento. Teresa, temendo a ira do pai diante do
rompimento causado por sua desobediência, aceita passivamente seu
destino, prometendo afastar-se de Simão. No entanto, da repulsa ao
casamento imposto por seu pai, ela continua irredutível.
A moça
não aceitava um casamento contrário às regras de seu coração. Na casa
dos Botelhos, concomitantemente à esse fato, o pai de Simão, muito
irritado com aquela desdita paixão resolve por fim ao romance entre seu
filho e Teresa, enviando o jovem Simão a Coimbra para concluir seus
estudos. Ele almejava com isso sufocar o amor dos jovens pela distância.
Porém,
nem mesmo esse empecilho foi capaz de destruir esse sentimento. Teresa
mesmo confinada em sua casa escrevia à Simão, contando os dissabores
pelos quais passava e haveria de passar, sob as pressões de seu primo e
de seu pai. Contudo, mesmo diante dessas adversidades, os amantes
clandestinamente se comunicavam por cartas com certa freqüência.
Comunicação
essa, que mais aumentou o amor dos dois. Simão, enlouquecido pela
saudade de sua amada, decide ir a Viseu encontrar-se com Teresa.
Furtivamente, é hospedado pelo ferreiro João da Cruz, homem destemido,
forte e fiel. Sob proteção de João, Simão tenta chegar à casa de Teresa,
mas lá estava Baltasar comemorando o aniversário da prima. O astuto
Baltasar consegue perceber a ansiedade de Teresa e deduz o que estava
para acontecer.
No meio da festa a jovem tenta falar com Simão no
jardim, contudo o casal é surpreendido, arma-se uma confusão que
culmina com a morte de dois criados de Baltasar. Desse entrevero Simão
sai ferido.O rapaz busca refúgio na casa de João da Cruz para
recuperar-se dos ferimentos. Entretanto, ainda não estava determinado o
fim desse romance.
Os amantes ainda mantinham comunicação por
meio de uma velha mendiga que passava com freqüência sob a janela do
quarto de Teresa. Para punir a rebeldia da filha, Tadeu de Albuquerque
decide mandá-la a um convento do porto - chamado Monchique - cuja
prioresa era patente de Teresa. Antes, porém, a jovem é recolhida em um
convento na própria cidade de Viseu, enquanto Tadeu aguardava a resposta
do Porto.
Em Viseu, na casa do ferreiro, Mariana, filha de João,
torna-se a enfermeira de Simão, tratando-o com muito cuidado. Nasce
nela um profundo amor pelo enfermo. Amor esse não revelado pela moça.
Mariana,
sabedora que Simão e Teresa não estavam conseguindo manter a
comunicação, visto que Teresa estava sob rigorosa vigilância, resolve
ajudar os amantes.
Mariana
vai até o convento com a desculpa de visitar uma amiga. Sua ação é bem
sucedida, a filha de João consegue falar com Teresa e essa manda um
recado à Simão. Nele a jovem fala de sua impossibilidade de escrever a
Simão e que ela iria para um convento na cidade do Porto.
Simão
ao tomar conhecimento dos fatos, fica furioso e, em um acesso incontido
de raiva, decide tentar raptar Teresa de seu fatídico fim no convento.
O
jovem defronta-se com Baltasar, na tentativa de resgatar a amada. Mesmo
diante de várias testemunhas o jovem Simão atinge Baltasar com um tiro
mortal.
Em meio à confusão surge João que procura dar cobertura a fuga de Simão, contudo esse recusa-se a fugir entregando-se a prisão.
Simão
é preso e condenado a morte. Porém, devido à interferência do
corregedor Domingos Botelho, pai de Simão, a pena é convertida ao
degredo nas Índias.
Em meio a tanta tragédia, Simão ainda preso
no Porto, toma conhecimento que seu fiel amigo João havia sido
assassinado. Mariana, sem ter mais ninguém, resolve acompanhar Simão ao
desterro. Essa situação aflora, no coração da jovem Mariana, a esperança
de concretizar o seu amor por Simão.
A sentença do desterro sai, Simão é condenado a ficar dez anos na Índia.
Enquanto para Mariana o degredo é sinônimo de esperança, para Simão, a Índia é sinônimo de humilhação e miséria.
Teresa
começa a ter sua saúde abalada. Definha, cada vez mais triste e muito
magoada, a linda fidalga parece ter perdido a vontade de viver. Seu fim
aproxima-se, recusa-se a evitá-lo.
Ao embarcar rumo à Índia,
Simão contempla Monchique e vê, pela última vez no mirante do convento, a
mulher que fora responsável por tudo aquilo.
Também Teresa contempla
o navio que levava seu amado. Logo após, Teresa morre. Simão, antes de
seguir seu destino, toma conhecimento da morte de Teresa e,
profundamente consternado e deprimido, segue rumo ao degredo.
Ainda muito consternado, ele guarda algumas cartas de Teresa, seu corpo vai sendo consumido pela morte.
Alguns
dias após a viagem, Simão morre vitimado pela febre. Mariana não
resistindo à perda do amado, rompe o silêncio com gritos que saem do
mais fundo do seu coração. Quando percebe que seria impossível viver sem
a presença de Simão, a filha do ferreiro entrega-se às revoltas águas
do mar, as quais já haviam recebido o corpo de Simão.O suicídio de
Mariana marca o fim da trágica história dos Botelhos e Albuquerque.
Amor de Perdição
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